O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2024, publicado pela Transparência Internacional, avalia os níveis percebidos de corrupção no setor público de 180 países e territórios, utilizando dados de especialistas e empresários. O índice, principal referência global sobre o tema, classifica os países em uma escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (muito íntegro).
A edição de 2024 revela que mais de dois terços dos países pontuam abaixo de 50, demonstrando desafios persistentes no controle da corrupção. O relatório também explora a relação entre corrupção e crises globais, como o enfraquecimento da democracia e os impactos na ação climática.
Principais destaques do IPC 2024
- Democracias e corrupção – Países classificados como democracias plenas apresentam média de 73 pontos, enquanto regimes autoritários registram apenas 33 pontos, evidenciando a relação entre instituições democráticas sólidas e menor percepção de corrupção.
- Piores e melhores desempenhos – Dinamarca (90), Finlândia (88) e Cingapura (84) lideram o ranking, enquanto Somália (9), Sudão do Sul (8) e Venezuela (10) ocupam as últimas posições.
- América Latina – A região segue enfrentando desafios significativos, com influência política indevida, impunidade e crimes ambientais dificultando o combate à corrupção.
- Corrupção e crise climática – O relatório destaca como a corrupção fragiliza as políticas ambientais, facilitando a captura de decisões por interesses privados, o desvio de verbas climáticas e a repressão a ativistas ambientais.
Metodologia do IPC 2024
O IPC é baseado em 13 fontes de dados independentes, que avaliam a percepção da corrupção no setor público por meio de especialistas e empresários. Para ser incluído no índice, um país deve ter no mínimo três fontes de dados disponíveis. As pontuações são calculadas e ajustadas para garantir comparabilidade ao longo do tempo.