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Mulheres que fazem da luta contra a corrupção uma luta por direitos

Confira histórias de ativistas que atuam em defesa da democracia e da transparência no Brasil, em busca de um país mais justo.
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A luta contra a corrupção não acontece sem a presença de mulheres. Sejam ativistas, políticas, denunciantes ou educadoras, elas têm papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa. 

E são elas as que sofrem desproporcionalmente mais com a corrupção, que aprofunda a desigualdade de gênero, impede o empoderamento feminino e viola direitos. Não faltam exemplos de como isso acontece: extorsão sexualataques misóginos contra jornalistas e tentativas de enfraquecer a participação de mulheres na política são apenas alguns.

Do interior do Piauí ao litoral da Bahia, trouxemos nesta série as histórias de seis mulheres que representam o que é a luta contra a corrupção: uma luta por direitos. Elas estão na linha de frente dessa batalha, trabalhando todos os dias em defesa da transparência, da integridade e da participação da sociedade nas decisões de interesse público. 

Maria Gorete Oliveira

Maria Gorete Oliveira nasceu em Chapadinha, Maranhão, mas tem o coração piauiense. Hoje, aos 62 anos, ela se orgulha de ser uma das voluntárias que mais esteve presente na Marcha Contra a Corrupção e Pela Vida, do movimento Força Tarefa Popular. A iniciativa anual, que já está na sua 17ª edição, tem como objetivo estimular a fiscalização de contas públicas e o fortalecimento da participação cidadã nos municípios. 

Segurando o mastro com a bandeira do Brasil, Gorete segue a romaria da Marcha em passos firmes, mas com a mente leve, às vezes cantando, às vezes em silêncio. Mas antes de iniciar a caminhada, Gorete organiza a alimentação dos marchantes e também se incumbe de fazer a oração pedindo a proteção de cada voluntário antes da saída para a estrada. 

Já tivemos muitos desafios durante a Marcha. Já passamos fome, sede, mas em vez de desistir, a gente se fortalece, pois sabemos da importância dessa empreitada”, enfatiza. 

Nos atos cívicos realizados nos municípios por onde a Marcha passa, em praças repletas de pessoas, Gorete fala com simplicidade e voz potente sobre a importância da participação da sociedade nas decisões tomadas nos municípios. Nestes momentos, não há juiz, doutor, jornalista, advogado ou acadêmico que passe mais efetivamente a mensagem para o povo do que Gorete. 

Tenho orgulho de ter ensinado muitas pessoas a serem honestas, pois isso é fundamental para o ser humano. Falo sobre não roubar, não desviar dinheiro, não mentir”, conta Gorete, que desde que foi convidada a participar da Marcha vem fazendo esse trabalho de conscientização. 

A dedicação de Gorete cativa cada marchante que entra em contato durante a caminhada. A firmeza nos passos e na certeza de quem sabe o que fala se misturam com a doçura do abraço materno que acolhe os voluntários e das mãos que massageiam pés cansados da caminhada. 

Eu não abro mão e faria tudo de novo quantas vezes forem necessárias; tudo isso para que haja uma mudança no nosso país. Para que os governantes possam olhar para o povo brasileiro com outros olhos”, conclui a ativista. 

Outras histórias da série “Mulheres que fazem da luta contra a corrupção uma luta por direitos”:

Alyne Bautista

Francesca Amaral

Márcia Bresolin

Rebeca Sousa

Socorro Mendonça

Grupo de Trabalho

Mulheres que fazem da luta contra a corrupção uma luta por direitos

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