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Para enfrentar a mudança climática, G20 deve focar no combate à corrupção 

Em evento do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20, a Transparência Internacional - Brasil defendeu que medidas anticorrupção trazem uma nova compreensão sobre as mudanças climáticas e abrem um campo de novas soluções
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Focos de incêndio na região de Novo Progresso (PA), em 2020. O Atlas de Clima e Corrupção mostra como práticas ilegais como queimadas, desmatamento e a exploração de madeira estão vinculadas a práticas de corrupção, impactando negativamente o meio ambiente e o clima. Foto: Carl de Souza/AFP

“O enfrentamento das mudanças climáticas exige profundas mudanças econômicas, políticas e culturais, e a corrupção é um dos elementos centrais do enfrentamento desse desafio”, defendeu Renato Morgado, gerente de programas da Transparência Internacional – Brasil, nesta segunda-feira (21), durante o Side Event do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20, em Natal.

A corrupção se relaciona com a mudança do clima de formas variadas. A influência indevida e a captura do Estado enfraquecem as políticas climáticas e as normas ambientais; o desvio de fundos climáticos impede que recursos sejam aplicados de forma adequada em projetos de mitigação e adaptação; fraudes em projetos de carbono dificultam a consolidação e a confiança nesse instrumento ; a corrupção em contratos emergenciais fragiliza a resposta a eventos extremos, tornando comunidades ainda mais vulneráveis; o pagamento de propina e a lavagem de dinheiro viabilizam crimes como desmatamento e mineração ilegais. 

“Essas práticas e impactos não são teóricos. Casos como esses acontecem ao redor do mundo”, destacou Morgado.

Renato Morgado, gerente de programas da Transparência Internacional – Brasil, durante o Side Event do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20, em Natal (RN)

No estudo Atlas do Clima, a Transparência Internacional mapeou cerca de 80 casos em mais de 40 países. Pesquisa semelhante foi realizada no Brasil, com casos em diferentes regiões do país (confira o box no final do texto). Esses levantamentos  ilustram a abrangência e a diversidade do problema em questão.

O framework anticorrupção permite uma compreensão renovada do problema e do desafio da crise climática, mas também um campo de novas soluções”

Renato Morgado, gerente de programas da Transparência Internacional – Brasil

Nesse sentido, a Transparência Internacional – Brasil, defende que o enfrentamento à mudança climática leve em consideração medidas como a promoção de boas práticas de integridade junto às agências responsáveis por políticas climáticas e setoriais; a regulamentação do lobby e do conflito de interesses; processos de tomada de decisão abertos e a inclusão de comunidades afetadas; acesso à informação e a abertura de dados; padrões de contratação abertos; e mecanismos de denúncia e de proteção de defensores.

Para a Transparência Internacional, o G20 é um fórum central para fazer avançar políticas de combate à corrupção e de promoção da integridade, cruciais para garantir que políticas de sustentabilidade e de inclusão social sejam de fato efetivas.

Atlas de Clima e Corrupção

Através da análise de casos reais que ocorreram no país, foram identificadas as principais práticas de corrupção que impactam como enfrentamos as mudanças climáticas e elaboradas recomendações para reduzir esses riscos.

Grupo de Trabalho

Para enfrentar a mudança climática, G20 deve focar no combate à corrupção 

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