Como em anos anteriores, a Transparência Internacional – Brasil se juntou ao Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, da ABRAJI, para debater temas ligados à transparência e à corrupção.
Duas mesas de debate foram organizadas pela equipe da Transparência Internacional – Brasil, que também participou de uma terceira mesa, com o objetivo de evidenciar as conexões entre o combate à corrupção e o jornalismo investigativo.
Na quinta-feira (29), a mesa “Corrupção pulverizada – um novo desafio para o jornalismo investigativo” contou com a participação dos jornalistas Flávio Ferreira (Folha de S.Paulo) e Julia Affonso (Estadão), e a mediação da nossa coordenadora do Programa de Integridade e Governança Pública, Maria Dominguez.
Os jornalistas compartilharam suas experiências no campo da apuração jornalística, indicando os caminhos que percorreram para chegar a grandes esquemas de corrupção. Foram apresentados, por exemplo, sites onde costumam consultar informações de interesse público e a importância da Lei de Acesso à Informação nesse contexto.
No sábado (1º), a agenda ambiental foi foco do debate. O painel “Como investigar práticas de corrupção e fraude ligadas a crimes ambientais”, com a mediação do nosso gerente de Programas, Renato Morgado, contou com a presença dos jornalistas Rubens Valente (Agência Pública), Katia Brasil (cofundadora e editora executiva da Amazônia Real) e Marta Salomon (associada ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da CDS/UnB).
Os três convidados compartilharam suas experiências no jornalismo ambiental investigativo, demonstrando como a corrupção não apenas potencializa como também é essencial para que a destruição ambiental aconteça.
Kátia Brasil contou aos participantes o histórico de denúncias que seu trabalho jornalístico colocou de pé nas últimas décadas, incomodando interesses poderosos e dando voz às comunidades indígena e ribeirinha da região amazônica.
Rubens Valente falou sobre o grau de destruição alcançado pelo último governo no campo ambiental, com cooptação e desmanche de conquistas institucionais de anos anteriores .
Já Marta Salomon se deteve na importância de fiscalizar o orçamento público destinado à agenda ambiental: a pesquisadora apresentou exemplos de mau uso de recursos feito pelas Forças Armadas brasileiras durante a pandemia.
Ainda no sábado, ocorreu a “Oficina de Narrativas visuais sobre a Amazônia”, com a participação de Christian Braga, fotógrafo, documentarista e membro da agência brasileira de fotografia Farpa; e João Wainer, jornalista, fotógrafo e cineasta. O debate foi mediado por Johanna Nublat, coordenadora editorial da Transparência Internacional – Brasil.
João Wainer explorou novas formas de narrativas visuais, em que o entretenimento é central para atrair a atenção do público enquanto consome informação de qualidade. Christian Braga, por sua vez, falou sobre os temas em que têm trabalhado na Amazônia. Juntos, interagiram com o público presente para debater como explorar melhor narrativas da pauta ambiental.
Com o objetivo de a ampliar a diversidade e a participação de jornalistas do Norte do país no congresso, a Transparência Internacional – Brasil e a ABRAJI selecionaram, por meio de um edital, dez jornalistas da Amazônia Legal para participar das atividades em São Paulo, custeando as despesas e as entradas para o evento. A iniciativa foi financiada pela Agence Française de Développement (AFD) e pela Azul.