A Transparência Internacional – Brasil torna pública a solicitação de correção enviada ao Conjur hoje, 15 de julho de 2024, em razão do texto “Controladoria-Geral da União vai fazer novo índice para medir corrupção”, publicado pelo site em 8 de julho de 2024:
É falsa e difamatória a afirmação “Mais tarde ficou claro que a interpretação não tinha relação com a realidade e a Transparência Internacional apenas usava o IPC para manipular a opinião pública”.
O Índice de Percepção de Corrupção (IPC) é publicado, há mais de duas décadas e em todo o mundo, exatamente para promover o debate público e a mobilização para o enfrentamento da corrupção. É precisamente com esse propósito que a Transparência Internacional – Brasil publica, junto ao resultado do IPC, um relatório de Retrospectiva Anual, pelo qual faz um compilado de eventos destacados positivos e negativos para a luta contra a corrupção no país no ano anterior, acompanhado da análise da instituição. O compilado factual é fartamente referenciado em documentos oficiais, dados púbicos e o noticiário da imprensa com credibilidade nacional e internacional. As análises que o acompanham são realizadas de maneira independente e não lhes são atribuídas relação causal à pontuação do país no IPC anual.
São falsas as informações de que “Hoje se sabe que o IPC é um índice precário e incapaz de refletir o impacto de políticas públicas no controle da corrupção. Em essência, o IPC é apenas uma pesquisa de opinião com um grupo seleto de empresários. Trata-se de uma metodologia tendenciosa e de baixa credibilidade, principalmente em cenários políticos instáveis“.
O Índice de Percepção da Corrupção é o mais abrangente, longevo e respeitado medidor da corrupção no mundo, sendo objeto de auditorias independentes e de permanente escrutínio acadêmico há mais de duas décadas, em todo o mundo. O IPC, como qualquer instrumento de medição do fenômeno invisível da corrupção, tem conhecidas limitações, inerentes ao método. É falsa, porém, a informação de que se baseia em opinião de “um grupo seleto de empresários”. A percepção é auferida de 13 fontes de 12 instituições internacionalmente reconhecida, com públicos especializados entre acadêmicos, juristas e representantes do setor privado, conforme publicado anualmente nas notas metodológicas.
É falsa e difamatória a afirmação de que “[…] a pesquisa ainda usa dados velhos. Logo, seria impossível o IPC refletir acontecimentos recentes, como indicações e decisões do STF. Ou seja, a interpretação do resultado do IPC oferecida pela Transparência Internacional foi manipulada para defender as opiniões de seus integrantes, sem haver base fática para tal.”
Novamente, a Transparência Internacional – Brasil publica sua Retrospectiva Anual (portanto circunscrito temporalmente), juntamente ao lançamento global do IPC, com um conteúdo factual extensivamente referenciado em fontes oficiais e veículos jornalísticos de credibilidade nacional e internacional, além da análise técnica e independente da instituição.
Há cinco anos a Transparência Internacional é alvo de campanhas difamatórias e assédio judicial no Brasil. Registra-se que, uma vez mais, o Conjur publicou matéria com informações falsas e difamatórias contra a Transparência Internacional, sem consulta às posições da instituição.