Jair Bolsonaro elegeu-se sequestrando a causa anticorrupção, com um discurso oportunista e autoritário. Quando assumiu o poder, promoveu um desmonte sem precedentes dos marcos legais e institucionais de combate à corrupção, para blindar-se e à sua família, contra investigações que revelaram toneladas de provas de desvio e lavagem de dinheiro. Como cortina de fumaça, fomentou ódio e ataques às instituições durante todo o seu mandato.
Hoje não resta dúvida de que liderou um governo de conspiradores, prontos para agir violentamente contra autoridades e subjugar o Estado de Direito. É fundamental que as investigações levem à responsabilização dos culpados, sem que haja – como é de praxe no Brasil – impunidade para os poderosos envolvidos.
A luta contra a corrupção não é um fim em si mesma, é uma luta por direitos. E não há luta contra a corrupção fora da democracia.