Índice de Transparência e Governança Pública 2025 revela avanços e falhas dos governos estaduais

Levantamento da Transparência Internacional – Brasil avalia mais de 100 critérios e mostra como os governos estaduais brasileiros lidam com dados abertos, participação social e combate à corrupção.
Foto: Secom-SE

A nova edição do Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP), divulgada  hoje pela Transparência Internacional – Brasil, revela que, mesmo com o aumento de verbas, os governos estaduais brasileiros continuam apresentando falhas significativas na transparência de emendas parlamentares e de obras públicas. Apesar de avanços em outras áreas, esses dois temas seguem como os principais gargalos da transparência pública no país.

O Índice de Transparência e Governança Pública analisou mais de 100 critérios de transparência e combate à corrupção dos 26 Estados brasileiros e do Distrito Federal. Cada estado recebeu uma nota entre zero e 100, o que permite uma visualização em formato de ranking (confira abaixo a classificação completa).

A média nacional, segundo o levantamento de 2025, foi de 69,8 pontos, classificada como “boa”. Nenhum estado ficou nas faixas “ruim” e “péssimo”, mas a avaliação revelou falhas graves em áreas estratégicas para a integridade pública (veja abaixo).

Transparência dos Estados Brasileiros

Seis estados alcançaram mais de 80 pontos e foram classificados na faixa “ótimo” do Índice de Transparência e Governança Pública. Outros 14 estados ficaram na faixa “bom” e sete estados foram classificados como “regular”. Veja a classificação completa:

Como funciona o Índice de Transparência e Governança Pública

O Índice de Transparência e Governança Pública foi desenvolvido pela Transparência Internacional – Brasil para avaliar práticas de transparência, integridade, participação social, dados abertos e combate à corrupção nos entes subnacionais brasileiros. Em 2025, o ITGP analisou a transparência dos governos estaduais, mas em anos anteriores foram avaliadas as capitais brasileiras e as assembleias legislativas.

Para chegar à nota de cada estado, pesquisadores da Transparência Internacional – Brasil analisaram 106 critérios, distribuídos em oito dimensões temáticas. A metodologia inclui coleta direta de dados em sites oficiais e redes sociais, seguida de uma etapa de revisão em que os governos podem contestar a nota atribuída preliminarmente e realizar ajustes antes da divulgação final.

Dos 27 Estados avaliados, 26 realizaram mudanças após receberem as notas preliminares, o que resultou em 490 melhorias. Estados como Alagoas, Amazonas, Ceará e Maranhão se destacaram com mais de 30 mudanças cada, evidenciando o impacto prático do índice.

Onde estão os avanços e os desafios?

Os critérios avaliados pelo Índice de Transparência e Governança Pública são divididos em oito dimensões, o que permite uma análise detalhada dos Estados em cada um dos temas:

  • Plataformas
  • Transformação Digital
  • Dados
  • Administração e Governança
  • Legal
  • Transparência Financeira e Orçamentária
  • Obras Públicas
  • Participação Social

Algumas dimensões avaliadas pelo ITGP 2025 se destacaram positivamente, enquanto outras revelaram desafios persistentes (veja gráfico com as médias por dimensão abaixo). As maiores pontuações foram registradas em Plataformas, com média nacional de 89 pontos, e em Transformação Digital e Comunicação, com 83 pontos. Esses resultados indicam que os governos estaduais têm investido em ferramentas tecnológicas e canais de comunicação com a sociedade. No entanto, outras áreas ainda enfrentam sérias limitações.

Participação Social teve a pior média entre as dimensões, com apenas 52 pontos, e mostra a fragilidade dos mecanismos de envolvimento da população nas decisões públicas. Já Obras Públicas e Transparência Financeira e Orçamentária também apresentaram desempenho abaixo do ideal, com médias de 64 e 66 pontos, respectivamente, o que aponta que ainda falta transparência sobre como os recursos públicos são aplicados em temas urgentes.

Emendas e Obras públicas: o principal gargalo

A falta de transparência sobre emendas parlamentares e obras públicas foi um dos principais problemas identificados pelo ITGP 2025. Apenas três estados (Acre, Distrito Federal e Minas Gerais) divulgam integralmente informações sobre emendas estaduais. No caso das emendas federais, 13 estados não publicam os planos de trabalho das chamadas “emendas PIX”, enquanto outros 12 não apresentam dados completos sobre os recursos recebidos. Dois Estados sequer divulgam qualquer tipo de informação sobre emendas federais.

Em relação às obras públicas, apenas dois estados (Ceará e Goiás) possuem plataformas com dados completos sobre execução física e financeira. A maioria dos governos não informa localização, imagens, percentual de execução, atrasos ou paralisações. Além disso, 13 estados não disponibilizam informações completas sobre as licenças ambientais (sendo que seis não divulgam informação alguma) e 20 não divulgam dados sobre audiências públicas relacionadas às licitações.

Esses gargalos são especialmente preocupantes diante do aumento no volume de emendas e investimentos em obras públicas, o que exige maior controle social e prestação de contas por parte dos governos.

Transparência ainda é um desafio estrutural nos governos estaduais

Apesar das lacunas, houve progresso em relação à edição anterior do ITGP, realizada em 2022. Dos 47 critérios que foram mantidos nas duas edições, 30 apresentaram melhora. Houve aumento na regulamentação da Lei Anticorrupção (passou de 20 para 23 estados), na proteção a denunciantes e na divulgação de dados sobre incentivos fiscais. Em 2022, apenas dez Estados divulgavam informações sobre incentivos; em 2025, a maioria passou a publicar ao menos parte desses dados.

O índice se consolida como uma ferramenta essencial para fortalecer a transparência pública, a governança e o controle social. A ampliação dos critérios avaliados em 2025 reforça seu papel como parâmetro técnico e independente para monitorar a transparência dos governos estaduais.

Para mais informações e para conferir o ranking completo, acesse a página especial do Índice de Transparência e Governança Pública.

Grupo de Trabalho

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