A Transparência Internacional – Brasil espera que a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, declarando incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar quatro processos que envolvem o ex-presidente Lula, não se converta em elemento adicional de radicalização no país. Instamos às lideranças políticas e a todos que lutam pela causa anticorrupção que rechacem qualquer ataque às instituições democráticas, discurso de ódio e exacerbação das cisões sociais.
É fundamental ainda que os questionamentos e correções aos processos da Lava Jato, necessários para a garantia de direitos, não comprometam a responsabilização devida de gravíssimos esquemas de corrupção, que causaram imensos danos às populações de mais de uma dezena de países.
A Transparência Internacional vem denunciando graves retrocessos da luta anticorrupção no Brasil, que implicam não apenas na impunidade de diversos processos pendentes na Lava Jato e outras operações, mas, muito mais grave, o desmanche de marcos legais e institucionais que o país levou décadas para construir.
Reafirmamos a necessidade de unirmos esforços para atacar as causas da corrupção sistêmica no país, através da melhoria das leis, do aperfeiçoamento de nossas instituições, do fortalecimento da cidadania e a construção de um amplo consenso social sobre o valor da integridade.
Outras notas
- 10/12/2020 – MPF desmente, mais uma vez, informações falsas de que a TI receberia e administraria recursos do Acordo de Leniência da J&F
- 07/12/2020 – Resposta à matéria “Aras bloqueia repasse de R$ 270 milhões para clone de fundação da ‘lava jato’” do Conjur e à coluna “ONG estrangeira, parça da Lava Jato, leva R$ 270 milhões de grana pública” de Reinaldo Azevedo no Uol.