Por uma COP30 transparente e livre da influência indevida

A Transparência Internacional atua para que o maior evento climático do planeta aconteça com responsabilidade e controle social

Belém (PA), 06/11/2025 - Entrada de um dos galpões da COP30. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As COPs são o principal espaço de discussão do mundo sobre a crise climática. Representantes de mais de 200 países estarão em Belém, entre 10 e 21 de novembro de 2025, para debaterem propostas de adaptação e mitigação à maior e mais urgente crise da nossa era.

Na COP30, atuamos para garantir integridade nas negociações, transparência nos gastos públicos e a proteção dos defensores ambientais com a ratificação do Acordo de Escazú.

Por que precisamos combater a corrupção na agenda climática?

A corrupção impacta diretamente a capacidade dos governos de enfrentarem as mudanças do clima. Entenda porque não é possível enfrentar a emergência climática sem considerar o combate à corrupção:

A corrupção agrava crimes ambientais e o desmatamento ilegal

Explicação: A corrupção permite que criminosos se beneficiem de fraudes nas licenças ambientais e crimes como extração ilegal de madeira e de ouro. Isso amplia o desmatamento, enfraquece a proteção da Amazônia e aprofunda desigualdades.

A corrupção desvia recursos e compromete políticas climáticas

Explicação: O dinheiro dos fundos climáticos pode ser desviado – por meio de contratos superfaturados, nepotismo ou interferências políticas. As consequências: programas ineficazes, obras inacabadas e populações sem acesso à infraestrutura resiliente.

A corrupção distorce decisões e políticas de mitigação

Explicação: É preciso que as decisões sobre o clima sejam tomadas em prol do interesse público, e não em favor de poucos. No entanto, diversas empresas poluidoras exercem influência indevida sobre as políticas energéticas, atrasando a descarbonização de nossa economia.

A corrupção enfraquece o acesso à informação e à justiça ambiental

Explicação: A falta de transparência e a impunidade em casos de corrupção dificultam o acesso à informação, à participação e à justiça. Sem isso, comunidades vulneráveis ficam ainda mais expostas à violência e sem ter como defender seus direitos.

A corrupção ameaça defensores ambientais e o espaço cívico

Explicação: Hoje lideranças comunitárias, jornalistas e defensores ambientais enfrentam perseguição e violência. Proteger essas pessoas é fundamental para preservar o espaço cívico e a capacidade da sociedade de enfrentar a crise climática.

A Transparência Internacional e a COP30

Belém (PA), 06/11/2025 - Entrada de um dos galpões da COP30. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Desde o início do ano defendemos e atuamos para que a COP30 seja realizada a partir de boas práticas de transparência e integridade.

Por ser um evento de grande visibilidade e que toma decisões com impactos políticos e econômicos, as COPs mobilizam interesses diversos, muitos alinhados ao enfrentamento das mudanças climáticas, mas outros tantos que buscam bloquear as negociações. Em função disso, a Presidência brasileira da COP30 deve dar o exemplo, garantindo que as autoridades envolvidas na organização do evento e a delegação do país atuem com transparência e mecanismos adequados de gestão de conflitos de interesse.

Para a realização da COP30, o governo federal (via orçamento geral, BNEDS e Itaipu), em parceria com o governo do Pará e a Prefeitura de Belém, tem mobilizado cerca de R$3 bilhões. Esses recursos precisam ser aplicados com transparência e integridade para garantir o seu bom uso e reduzir os impactos socioambientais dos empreendimentos relacionados ao evento.

Parte disso foi realizado com a página da COP30 no Portal de Transparência do governo federal e com o sistema e-agendas de autoridades envolvidas no evento, mas para que seja a COP da transparência e da integridade, muito mais precisa ser feito. 

Trilha de transparência na COP30

Confira os eventos com a participação da Transparência Internacional durante a COP30 em Belém:

Como a Transparência Internacional atua em relação às mudanças climáticas

Desde 2019, a Transparência Internacional – Brasil defende uma abordagem integrada entre a agenda anticorrupção e o enfrentamento às mudanças climáticas das seguintes formas principais:

Produção de conhecimento para mostrar como a corrupção afeta as mudanças climáticas
Mobilização de órgãos anticorrupção, antilavagem e de controle para que intensifiquem sua atuação nas agendas ambiental e climática
Promoção da integridade, reduzindo os riscos de corrupção e outras práticas indevidas nas políticas e órgãos públicos.
Promoção da abertura de dados que contribuam para a detecção de crimes ambientais
Fortalecimento mecanismos de acesso à informação, à justiça e à proteção de defensores ambientais

Saiba mais sobre o assunto:

COP30 em Belém: bilhões em obras, transparência em falta

Análise mostrou que a União, o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém não divulgaram todas informações sobre as obras da COP 30.

Dados Abertos e Combate a Crimes Ambientais

Dados Abertos e Combate a Crimes Ambientais

Relatório oferece um diagnóstico sobre 41 bases de dados no Brasil relativas a crimes como desmatamento, exploração florestal e mineração ilegais.

Atlas de Clima e Corrupção

Estudo sistematizou as relações entre corrupção e clima a partir de casos brasileiros e listou práticas que prejudicam a agenda climática no Brasil

Grandes Obras na Amazônia

Análise mostra mudanças que o Brasil precisa implementar para proteger grandes obras de infraestrutura dos impactos socioambientais negativos e da corrupção

Grupo de Trabalho

COP30

A Transparência Internacional atua para que o maior evento climático do planeta aconteça com responsabilidade e controle social. Confira nossa agenda.
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