A Transparência Internacional — Brasil se soma a outras organizações e cidadãos brasileiros no repúdio à tentativa de intimidação e difamação da jornalista Constança Rezende, de O Estado de S. Paulo, perpetrada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Já seria condenável o fato de o chefe máximo do Poder Executivo federal ter propagado informações falsas para difamar uma cidadã de seu país. Torna-se, no entanto, mais gravoso o fato de a postagem ter representado clara tentativa de intimidar um veículo de imprensa e uma jornalista no exercício de sua profissão. Por fim, é inadmissível que o Presidente da República assuma o risco de estimular, ainda que indiretamente, sua rede de apoiadores a todo tipo de perseguição à profissional e sua família; o que pode, inclusive, ameaçar sua segurança.
Uma imprensa livre e atuante é pilar fundamental do combate à corrupção. Por isso, a Transparência Internacional defende nos 110 países onde está presente que governos, sociedade e empresas empreguem todos os esforços para assegurar à imprensa a liberdade, a segurança e os recursos necessários para que realizem seu trabalho de informar a população, e para que esta fiscalize os poderes constituídos. Não por acaso, o principal indicador da organização — o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) — destaca todos os anos a ligação existente entre a promoção da liberdade de imprensa, bem como do espaço de atuação da sociedade civil, com melhores resultados na luta contra a corrupção e na promoção da integridade.
Este artigo foi originalmente publicado em 11 de março de 2019, pelo Medium da Transparência Internacional – Brasil e posteriormente replicada na íntegra neste blog.