A América Latina tem o maior número de defensores ambientais registrados no planeta e é, também, um dos locais mais perigosos para eles. O Brasil, especificamente, ocupa a segunda posição entre os países que mais matam defensores ambientais. Entre 2012 e 2023, o país registrou 401 assassinatos de defensores da terra e do meio ambiente. Em 2023, mais da metade dos defensores ambientais assassinados no Brasil eram indígenas.
A violência vem acompanhada da impunidade. Um estudo da Human Rights Watch mostrou que o Brasil julgou apenas 14 dos 300 assassinatos de defensores ambientais ocorridos de 2009 a 2019.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos aponta que “a corrupção é uma das principais causas da violência contra defensores de direitos humanos”. Isso se dá por causa das retaliações contra quem a denuncia e pelo ambiente adverso que a corrupção cria para os defensores ambientais, ao minar a independência judicial e tornar o acesso à justiça desigual.
Defensores ambientais são fundamentais para a proteção e preservação do meio ambiente e, dessa forma, também fundamentais para resolver a crise climática. Combater à corrupção é urgente na defesa de defensores ambientais e do clima.
O que o Índice de Percepção da Corrupção mostra
Defensores ambientais correm riscos muitos maiores de sofrer violência, intimidação e assassinato em países com altos níveis de corrupção. Quase todos os 1.013 assassinatos de defensores ambientais cometidos desde 2019 ocorreram em países com pontuações abaixo de 50 no IPC.