O tráfico de animais silvestres movimenta bilhões de dólares anualmente e causa perda biodiversidade, promove mortes, mal-estar animal e aumenta a chance de disseminação de novas doenças. No entanto, esse crime é sustentado por uma complexa rede de práticas de corrupção, fraude, lavagem de dinheiro e lavagem dos próprios animais traficados, que precisa ser compreendida para enfrentarmos o problema de forma integrada e eficaz.
A partir da análise de 18 casos e operações recentes de combate ao tráfico de fauna em diversas regiões do Brasil, o relatório A Lavanderia de Fauna Silvestre: como riscos de fraude, corrupção e lavagem viabilizam o tráfico de vida silvestre identificou e mapeou 24 práticas de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro ao longo da cadeia deste crime e detalhou seus objetivos e principais atores envolvidos.
Para enfrentar o problema, o documento traz ainda uma série de recomendações, que incluem a criação de uma estratégia nacional de combate ao tráfico de fauna; a mobilização de mecanismos de combate à corrupção e à lavagem; o fortalecimento da prevenção a fraudes em sistemas de controle de fauna silvestre; a promoção da transparência e da transformação digital; e o aprimoramento da responsabilização dos traficantes.
Este relatório faz parte do projeto “Countering Wildlife Trafficking in Central and South America”, coordenado pela Freeland com o apoio do Gabinete de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação da Lei (INL) e em parceria com Transparência Internacional – Brasil, WWF-Brasil e IFAW.
No objetivo de aprimorar a efetividade do combate ao tráfico de vida silvestre na escala regional, o projeto busca aumentar a detecção e a interdição dessas atividades ilícitas, reforçar as capacidades investigativas e de cooperação internacional, aprimorar as capacidades de persecução criminal e de julgamento e fortalecer a transparência e os esforços de combate à corrupção e à lavagem relacionados.